O início

A aventura começou assim: Eu e o amigo Rui compramos uma carripana velha em Setúbal, onde vive o Rui. Uns dias antes da partida fui buscar o carro e tratar de algumas outras coisas.

O carro pegou à primeira, estava parado há um mês. -Bom sinal!

A amiga Núria tinha vindo comigo desde Fátima para levar o meu carro de regresso e eu trazia a nova aquisição.

Foi logo nas portagens de Setúbal, a Núria enganou-se e seguiu para a Vasco da Gama.
Pelo telefone disse-lhe para continuar viagem.

5 km mais à frente… pum, rebenta um pneu. O carro tinha tudo menos macaco e seguro… Se pára a policia sai-me cara a brincadeira… assistência em viagem nem pensar.
Meia hora depois, lá aparece o Rui com um super macaco e de novo a rolar, a chave de rodas ainda se tentou armar em esperta, estava muito gasta e rodava nos parafusos, mas umas porradas e lá saíram os parafusos.

Entretanto o Sr. Kamara desesperava do outro lado do telefone… -um pequeno problema Sr. Kamara, estou quase a chegar….

Pelo caminho, tinha um encontro marcado com o Sr. Kamara, distinto cônsul honorário da Rep. Islâmica da Mauritânia.

Umas quantas voltas no Laranjeiro e sem incidentes, lá estava eu na mesa da sala da humilde casa do Sr. Cônsul a preencher os autocolantes para colar nos passaportes, ao som de música africana em altos berros. Nada mais simples. Por 75 euros, visto de entrada no passaporte.

Durante muito tempo este visto obtia-se à entrada do país na fronteira, depois e sem aviso, deixaram de emitir e obrigaram muitos viajantes a ir até à embaixada da Mauritânia em Rabat tirar o visto, 2200 km a norte, coisa pouca…
É o único visto que levamos, Marrocos não requer visto, para o Mali é necessário, tentaremos a nossa sorte durante a viagem.
Estou para ver… o resto. Pelo menos a Algeciras havemos de chegar :)