sábado, 24 de março de 2012

Olha o que nos livramos!!

quinta-feira, 15 de março de 2012

Slideshow de Algeciras ao Sahara Ocidental

Estou pra ver em números

A tabela não contabiliza o roubo que sofremos.

Outros números:
Rolamos 7064 km, o equivalente a ir de Lisboa a Moscovo e voltar... (quase)
Gastamos 459.3 litros de gasolina, dá uma média de 6.5 l/100
Furamos 4 pneus. Estragamos uma jante.
Encheram-nos 10 folhas de passaporte com carimbos.
96 horas a conduzir (aproximado) dá uma média de 73 km/h
horas a beber copos... não contabilizado.
Noites mal dormidas... todas!
Diarreias - zero :) (o Rui teve um ameaço...)
Picadelas de mosquito... não contabilizado.
10 litros de vinho tinto, 60 litros de água.
500 gramas de gás.



sábado, 10 de março de 2012

Benditos camionistas

Na noite da tempestade da areia na Mauritania conhecemos dois simpaticos camionistas Franceses que nos deram umas dicas perciosas. Como e onde vender o carro. O nosso maravilhoso Clio.
Sem fazer nos a minima ideia viemos parar a um dos paises mais sedentos de carros usados em Africa. Aqui ha um intenso trafico de carros vindos da Europa.
"Jaime votre voiture, c est a vendre?" foi o que mais ouvimos durante toda a viagem.
Negocio fez se rapidamente e com poucas complicacoes, em euros que estao no nosso bolso.
Senhoras e senhores vendemos o carro por 900euros :)
Depois fomos beber umas cervejas.
Amanha a noite vamos para casa.
O estou pra ver esta visto. Em casa pomos umas fotos e conta mos o resto.
Estou pra ver, adeus meus amigos. Ou em Bambara (a lingua local), en beta namdjen. Cambye enterike.

Pais Dogon

Compramos muita agua ensacada, aqui vende se em pequenos sacos de plastico e e mais barata que as garrafas.
Os bidons que andavam a passear em cima do carro e o tornavam inconfundivel, trocamo los por 1 quilo de noses de Kola. E um fruto muito apreciado pelos Dogon, nao cresce aqui so perto do mar, vem de outros paises como a Guine o Senegal ou o Gana. Serve como moeda de troca para pagar a taxa de passagem nas aldeias. Os velhotes adoram aquilo. E intragavel!
Historicamente os Dogom vieram para aqui nos seculos 13 e 14 e comecaram a construir as suas aldeias numa enorme falesia, a falesia de Bandiagara. Tem 150km de comprido e em alguns sitios 500m de altura, a zona que visitamos tinha cerca de 100m de altura.
O principal interese neste povo tem a ver com a sua arquitetura.
Constroem casas e silos para guardar cereais em terra cota, as formas sao unicas.
Sao agricultores e escolheram a falesia para se protegarem de outros povos inimigos.
Sao animistas e tem uma cultura com tradicoes complexas e elaboradas.
Saimos da aldeia de Djiguibombo no plateau, a parte de cima da falesia. Estava um calor desgracado, andamos umas horas completamente desidratados, o ar era muito seco e custava respirar. Os saquinhos de agua foram desaparecendo rapidamente.
Passamos por 2 aldeias. E incrivel como esta gente vive... tudo e como sempre foi, acho que so a agua que as mulheres transportam a cabeca, agora vai em bacias de plastico e antes ia em cabacas. Tudo resto parece imutavel.
Os miudos descalcos e esfarrapados vinham ter conosco, "ca va cadeaux?" "ca va bom bom?"
Perguntavam nos por presentes e goluseimas. Nao tinha mos nada para dar, mas eles ficavam contentes de atravessar a aldeia de mao dada conosco, um miudo em cada mao e um monte deles a volta.Alguns tem a barriga dilatada pela ma nutricao. Toca nos ver isto!
Ao fim do dia chegamos a aldeia de Teli.
Descemos a falesia numa zona possivel, e colossal em arenito castanho super compacto.
A aldeia actual esta na base da falesia que a cerca de 100 anos comecaram a construir na base da mesma, mais perto das terras de cultivo e dos pocos de agua. A aldeia original esta muito bem preservada na falesia, que fica por baixo de um tecto gigantesco na propria rocha. Para la chegar e necessario subir cerca de 30m de desnivel por entre um caos de blocos.
Os sons da nova aldeia ecoam na enorme parede e dao a sensacao que a aldeia antiga esta habitada.
Alias,so no dia seguinte  quando la subimos e que precebi que nao vivia la ninguem.
Dormimos na aldeia numa casa preparada para receber turistas, tudo muito simples e rudimentar mas confortavel, na realidade estivemos sempre na rua, no pateo interior da casa, ali jantamos e dormimos sob as estrelas e os sons da aldeia. O pateo tinha a unica luz da aldeia, uma lampade de 12 voltes alimentada por uma bateria carregada por um painel solar. Vi muitos sistemas destes no Mali.
Comemos frango com cuscus, cozinhado na fogueira, estava bom!
O duche era um bidom de plastico com torneira em cima de um muro :) fixe!
 O nosso guia contou nos alguns contos tradicionais a noite.
No outro dia subimos a antiga aldeia. mais tarde seguimos viagem pela base da falesia, por entre Baobabs e  campos de cultivo agora secos e sem nada.
Fomos ate a aldeia de Kani Kombole. Ai subimos a falesia e fomos ate a primeira aldeia onde estava o nosso carro.
Pelo o caminho passaram por nos muitas mulheres com lenha a cabeca, algumas com filhos pequenos as costas, como e costume em Africa.
Este sitio e incrivel, vale apena visitar mas esta altura nao e a melhor, esta tudo seco e faz muito calor. Na estacao da chuva fica tudo verde e os rios sao muitos e bons para tomar banho, ha muitas cascatas e tbem muitos mosquitos. Informacao do nosso guia.

Mesquitas e mosquitos

Dormir bem e um caso serio!
Na noite em que estreamos a nossa tenda automatica de 25euros, comprada na sport zone, estava muita humidade, a tenda era de um tecido tao reles que o tecto ficou cheio de gotas de agua e cada vez que nos mexiamos caiam em cima de nos.
Na Mauritania a tempestade de areia encheu me a garganta de po e durante o resto da viagem tenho tido a garganta erritada.
Foi rara a noite em que nao acordamos com as rezas nas mesquitas, em Nouakchott foi de hora a hora, em Nioro dormimos memo encostados a uma, onde um orador passou a noite toda a ler o Corao numa ladainha monocordica interminavel.
Se nao era da mesquita era dos mosquitos, houve uma noite em que acampamos perto do rio, ainda nos deitamos ao relento, estava muito calor, mas os mosquitos devorara nos e fomos transpirar para a tenda.
Numa pensao manhosa os mosquitos so nos largavam se a ventoinha do tecto estivesse a trabalhar e a fazer um barulho desgracado.
As melhores sestas sao no lugar do pendura durante as viagens. Ate porque se nao for o mosquito ou a mesquita e o Rui a ressonar! ehehehehe :)

Segou, Djenne, Mopti

600 km para cada lado de Bamako ate Bandiagarra a porta do Pais Dogon.
Africa passava  atraves da janela do nosso carro, entre sestas no lugar do pendura, pao e fruta comprado na beira da estrada e muitas horas a conduzir, fomos absorvendo todo o Mali. Visitamos Segou onde bebemos uma cerveja gelada nas margens preguisosas do Niger, era Domingo tudo estava mais calmo. Uma enorme piroga de madeira descarregava lenha para cima das carrocas puchadas por burros. Os burros subiam em zig zag a rampa de acesso ao rio, num esforco enorme... estes burros nao gozam o domingo!
No dia seguintre, segunda feira, fizemos coincidir a nossa visita a Djenne com o dia do mercado semanal. Ja tinha viajado a locais onde sentia que viajava no tempo cem anos para tras, aqui senti  que viajava quinhentos anos.
Infelizmente nao temos fotos... tenho 3 fotos que tirei com o meu fraquinho telemovel.
As pessoas vem das aldeias em redor comprar e vender, vestem os seus trajes tipicos coloridos e nota se a diferenca entre as diversas etnias. As mulheres aqui pintao de preto a cara a volta da boca, o labio superior ate ao nariz e o inferior ate ao queixo.
Toda a gente estava ocupada nos seus afazeres, passamos praticamente desprecebidos, tanto quanto dois brancos podem passar desprecebidos...
Djenne e uma ilha no meio do rio Niger, passa se num pequeno ferri boat que leva os carros, as carrocas e as pessoas.
A cidade toda e em terra cota, paus, pedras e po, pessoas e animais (vacas, burros, cabras e ovelhas)
Avanacamos com o nosso carro entre a confusao das ruas no dia de mercado. A mesquita de Djenne e o exlibris desta terra, esta classificada pela unesco e e a maior edificacao em terra cota do mundo (acho eu!)
e de facto fantastica, tanto a mesquita como a confusao do mercado. Um sitio inesquecivel!
Um porradao de quilometros mais e chegamos a Mopti, aqui dormimos e contratamos um guia para visitar o Pais Dogom. E obrigatorio levar guia e e tambem muito util, porque e um descanco em relacao ao constante assedio que fazem aos turistas, principalmente nesta epoca do ano em que nao ha turista (faz demasiado calor) o nosso guia reunia todos os requesitos que o guia lonely planet dizia e mais um ter uma maquina fotografica para nos emprestar :)



sexta-feira, 9 de março de 2012

Altos e baixos

Viajar a esta velocidade e um misto de emocoes em constante sobresalto e mudanca, num instante estamos todos contentes por qualquer motivo e no momento seguinte parece que o mundo vai desabar!
Um policia na estrada, uma paisagem, um sorriso, um gesto ostil, tudo se atropela e nos faz alterar o estado de espirito.
Enquanto escrevia mos o ultimo Post, alguem trabalhava na limpeza do nosso carro. Um momento de distracao e voaram: uma maquina fotografica com o cartao cheio, um ipod cheio de informacao e o relato completo da viagem, o nosso auto radio e as pens com a musica, o gps, todos os carregadores de baterias das maquinas de fotos e do telemovel, cerca de 200euros...
O sentimento de desolacao arrebatou nos, fomos violados... um duro golpe na nossa viagem, na nossa motivacao e na vontade de superar as dificuldades constantes...
No mesmo dia apalavramos o negocio da venda do carro. Fantastico! no mesmo dia compramos os bilhetes de regresso a casa. Dias mais tarde vendemos algumas coisas nossas; os pneus suplentes, a tenda e o kit de ferramentas do chines. Fomos recuperando as finacas. Um turista incauto esqueceu a bolsa do dinheiro no duche de um albergue... nos encontramo la! 180euros em cfa (ceifas) a moeda local.
BACK IN BUSSINES

sábado, 3 de março de 2012

Bamako

A Mauritania e o deserto ja ficaram para tras, ja transitamos entre a Africa dos Mouros do Magreb estamos na Africa negra. A viagem tem corrido sem incidentes.
Uma das noites a caminho de Kiffa fomos barrados num control militar, a partir das 18h nao deixam estranjeiros andar na estrada, estava mos numa zona quente, a uns anos uma seccao da Al-Queda assinou um grupo de franceses por estas bandas.
Monta mos a nossa maravilhosa mesa desdobravel ao lado da casa dos militares. Ali janta mos e dormimos ao relento, estava calor. Apareceram ainda 2 camionistas Fraceses com camioes enormes, vinham do burkina Faso em missao humanitaria, ja levavam dois meses de viagem. Partilharam conosco informacao perciosa sobre o Mali. A meio da noite levantou-se uma enorme tempestade de areia. O dia seguinte ficou com pouca visibilidade. Foi tambem a jornada mais dura da viagem, um troco de estrada em pessimo estado, alternado entre um alcatrao esventrado e picadas empoeiradas, quatro horas para fazer 100km.
Entra mos no Mali ja ao fim da tarde, vistos e taxas carissimas que quase nos levaram a falencia, tivemos de ir a monte de sitios diferentes carimbar papeis.
Na primeira terra do Mali, Nioro, ja noite escura encontra mos um quarto, demasiado caro! Negocia mos o preco de um duche e acampamos no quintal do albergue, exaustos!
No dia seguinte repusemos as nossas financas, um guarda de alfandega apaixonou se pelo relogio do Rui "cobien por set montre?", olha mos um para o outro e ja esta! - "100euros mesiu, por vou 80euros; ocasion", puxou do bolso de um maco de notas e pagou nos 70euros na moeda local e recuperamos o dinheiro do dia anterior. O relogio tinha custado 5euros ao cigano em Setubal.
A paisagem vai mudando a medida que descemos, as arvores ficam maiores e aparacem os primeiros Baobas, umas arvores incriveis, impossivel nao reparar nelas!
Passa mos muitas aldeias em terracota, gado e frutas a venda.
Bamako e o caos esperado das cidades Africanas, quase dois milhoes vivem aqui, calor, lixo, fumo dos carros, barulho e o Niger; um dos maiores rios de Africa. Aqui tem perto de 1km de largura.
Vamos descancar e pensar nos proximos dias, Djene e o Pais Dogon. Mao de Fatima esta fora de questao, o norte do Pais esta vedado ao turismo devido a rebeliao Tuareg.
Estou pra ver..